Na vastidão do ar de doce cheiro,
Abraço, com meus olhos, a paisagem;
E, como a foto, que registra a imagem,
Guardo mil tons no vermelho do peito.
No frescor das águas, que vazam em veios,
Dissolvo dores, despejo bagagens;
Descanso entre as touças e as plumagens,
E a verde margem torna-se meu leito.
Entrego a tez da face ao brando vento;
Sossego ao som do silêncio selvagem;
Esmaeço à sombra, num cochilo estreito.
Tal e qual os ociosos sempre fazem,
Refuto a cunha funesta do tempo,
Enquanto os assombros, por ora, jazem
Por RODRIGO MÜLLER
Indaial – SC, Brasil