Ó mulher! Qual virtuosa,
Que não é fêmea, somente.
Que tem um jeito de gente,
Mas, a alma, majestosa.
Que é frágil como a rosa,
Mas, é rocha, de tão forte,
Que mesmo logrando sorte,
Inda ousa ser bondosa.
Muito faz sem receber,
O bom gesto, jamais nega.
Não se furta do que enxerga,
Nem se curva ao que se ver.
E de tanto conceber,
Com tal estima se doa.
Pouco importa ser tão boa,
Tanto mais vale fazer.
Sempre busca sem cansar,
Da distância não tem medo.
Não importa, tarde ou cedo,
Em que chão possa pisar.
Embora venha a chorar,
Nem que o mal faça sofrer,
Não hesita em aprender,
Não desiste de ensinar.
Sem volver-se, enfim, na lida,
Cuja trilha nunca erra.
E no afã, o qual lhe encerra,
Jamais se sente exaurida.
Assim, de modo, aguerrida,
Quão serena e sabiamente,
É, um raro SER vivente,
Deste BEM chamado vida.
Por ABELARDO NOGUEIRA
Aracoiaba – Ceará, Brasil
