Nas colinas do Rio Grande que abraçam
o sol dourado, nas terras onde a uva e o arroz
encontram abrigo, temos como inimigo
as severas enchentes.
Nas colinas do Rio Grande, águas profundas transbordam,
chorando em prantos toda uma população.
As lágrimas do céu se misturam às lágrimas da terra.
Onde antes havia vida, agora só resta a guerra.
Casas inundadas, campos submersos em agonia.
O sofrimento se estende pelo Rio Grande que antes sorria.
A dor escorre como o rio, levando sonhos e esperanças,
mas no peito gaúcho, a força nunca se cansa.
Erguem – se das ruínas, laços de solidariedade.
Entre o luto e a reconstrução, nasce a nova identidade.
Entre perdas e recomeços, teu povo nunca se curva,
na esperança que as águas turvas se transformem em bonança.
Que o Rio Grande volte com os seus vinhedos, lavouras e campos.
Que volte com seus mantos de riqueza e prosperidade,
com suas águas cristalinas, suas cascatas caudalosas,
suas serras majestosas, seus casarões e vilas.
Nas colinas do Rio Grande,
nasce um novo horizonte que a história ainda irá escrever.
Por RITA DE CÁSSIA
Brasília – Distrito Federal, Brasil