Pulei do navio
Saí nadando no mar bravio
As ondas me arrastavam de volta ,
mas eu não queria voltar,
só queria enfrentar as ondas e chegar a algum lugar.
Nadei até perder as forças,
o fôlego foi se acabando,
me senti fora de mim, ó Deus,
mas eu não queria voltar pro navio!
Talvez,
se o mar não estivesse tão agitado eu teria avistado uma ilha, mas não,
eu só conseguia ver o navio…
Cá estou eu de volta,
contra minha vontade,
contra meus sentidos,
contra tudo que realmente me traz leveza.
Que navio gigantesco!
Vivo tentando fugir de seus deques,
mas ao atirar-me ao mar,
é como se eu nadasse para trás.
Não há nenhum bote salva- vidas e as ondas sempre
estão a favor desse navio, que mais parece um calabouço.
Mas não vou desistir
Me jogarei ao mar sempre que possível.
Mesmo que afogar-me seja a única forma de ser livre.
Por Verônica Moreira
Caratinga – MG , BRASIL