POETAS E POETISAS – Navio

POETAS E POETISAS – Navio

Pulei do navio
Saí nadando no mar bravio
As ondas me arrastavam de volta ,
mas eu não queria voltar,
só queria enfrentar as ondas e chegar a algum lugar.

Nadei até perder as forças,
o fôlego foi se acabando,
me senti fora de mim, ó Deus,
mas eu não queria voltar pro navio!

Talvez,
se o mar não estivesse tão agitado eu teria avistado uma ilha, mas não,
eu só conseguia ver o navio…

Cá estou eu de volta,
contra minha vontade,
contra meus sentidos,
contra tudo que realmente me traz leveza.

Que navio gigantesco!
Vivo tentando fugir de seus deques,
mas ao atirar-me ao mar,
é como se eu nadasse para trás.

Não há nenhum bote salva- vidas e as ondas sempre
estão a favor desse navio, que mais parece um calabouço.

Mas não vou desistir
Me jogarei ao mar sempre que possível.
Mesmo que afogar-me seja a única forma de ser livre.

Por Verônica Moreira

Caratinga – MG , BRASIL

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