Era inverno em seu coração
Mas uma melodia doce
Feito cheiro de jasmim
Veio soprar o verão
Com seu hálito caliente
Atiçando as labaredas
Ainda secas e rígidas
Pelo rigor de outrora
Foi quando
Um novo jardim se abriu
Como no país de Alice
Ou quem sabe de éden
Ela a deusa encantou-se
Ao deparar-se com o branco jasmim
O Jasmim dos Poetas
Seria prenúncio de paz?
Seria sossego para inquietude inquieta?
Seu olhar inundou-se
De uma névoa orvalhada
Parecia não poder enxergar
Para ver é preciso acreditar
Na sabedoria intuitiva da deusa
Ao negá-la estamos inibindo
Atrofiando o feminino sagrado
Enfeitando-nos com as mentiras que nos ensinaram
Então um vento forte veio
Levantando a cabeleira
E lhe assoprou um segredo
“Veja menina
Mulher deusa
E velha guerreira
Kama, o Deus do Amor,
lança setas de flores de jasmim
fazendo despertar o amor nos humanos”
Foi quando se deu conta
De propagar a pureza contida
Na beleza
No erotismo
Na sensualidade
Por MÁRCIA REGINA
Belo Horizonte – Minas Gerais, Brasil