Quem é você?
Quem é esse estranho nesta casa?
Imensidão de caos.
Quem é esse caos?
Essa desordem pulsional que provoca a alma.
Que organiza e desorganiza esse afeto.
Quem é você que derruba, rompe, a fantasia que habito?
Quem veste esse hábito?
Quem é que constrói e desconstrói isso que chama de calma?
Que despe a alma?
O Real!
Bate forte e derruba.
Desestrutura meu eu.
Se erga, levanta, associa, idealiza, organiza a fantasia da vida.
Racionaliza,
Reconstrói,
Ressignifica,
Retoma a vida.
Quem é você?
O que te faz?
O que te dá lugar?
O que te constrói?
Quem te constrói?
Que se monta e demonstra todos os dias,
Sublima,
Aprecia,
Abraça a vida.
Chegou o inverno, quem é você nessas idas e vindas?
Quem é você nessa tua solidão?
Não há nada fixo,
Flui, assim como a água flui.
Não há permanência,
Somos volúveis e águas profundas não são tão calmas.
Existe, responda, quem tu és em frente a esse teu espelho, no teu silêncio, quem é esse ser que existe na tua solidão?
Eu SOU, pedaços de dias e de noites.
Sou parte de locais por onde passei.
Montantes de pessoas que convivi.
Sou vestígios de relações que construí,
Sou morada de uns,
Sou passagem de outros.
Sou flor e fortaleza,
Eu sou,
Fragmentos de vida.
Por ANDREANA DE BORBA
Joinville – Santa Catarina, Brasil