Fiz de tudo
De tudo!
Para dar certo.
Mesmo percebendo
Que tudo, tudo era incerto!
Mergulhei nos sonhos mais ousados
contei no relógio os segundos para ver-te.
Abri a janela na madrugada
P’ra ver se o vento trazia seu cheiro.
Revirei uma noite inteira tentando dormir pro relógio correr,
pro novo dia nascer e enfim poder vê-lo
Mas o relógio é cruel!
Quando enfim chegava o momento de tê-lo
O relógio apressado não quis cooperar com nossos instantes de vida.
Sim, os nossos intensos momentos eram engolidos pelo tempo.
O relógio é culpado.
Por culpa desse infeliz
Eu não pude ir além
Não pude amar-te por mais tempo
Foi incompleto nosso encontro,
mas foi real e deixou marcas e um gosto irresistível de quero mais.
O relógio foi culpado.
Eu o culpo por tirar minha vida.
Naquele momento tão lindo
Deveria ter sido amoroso!
Eu sei, não há vida em seus ponteiros, estamos a mercê do tempo que corre ligeiro rumo a morte.
Apenas prossigo escrevendo e descrevendo esse amor, até que o tempo me devore de vez.
Por VERÔNICA MOREIRA
Caratinga – Minas Gerais, Brasil