POETAS E POETISAS O vazio por Carlos E. S. Dantas

POETAS E POETISAS O vazio por Carlos E. S. Dantas

A manhã me desperta, assim, tão bela,
e eu preparado a qualquer desafio,
pois só sinto esperança, não procela;
e, do nada, de repente… vazio.

A tarde me inspira ação e coragem
independente de calor ou frio;
eu me perco do futuro em miragem
e, do nada, de repente… vazio.

A noite traz a inspiração serena,
e até contente, orgulhoso, sorrio.
Toda sorte em mim, a grande e a pequena,
e, do nada, de repente… vazio.

A madrugada, antes um bom plantão,
verte da insônia o pavoroso rio;
a ansiedade acelera o coração
e nessa sequência… outra vez vazio.

Nessa inconstância não me reconheço,
sendo espectro de mim eu tudo adio.
No espelho, não sei mais o que pareço,
pois que não me vejo, vejo um vazio.

 

Por CARLOS E. S. DANTAS

João Pessoa – Paraíba, Brasil

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