O viço não morre
na pele das mulheres.
a cor, fêmea que é ,
tinge a longevidade
da sua pelespirito
E a flor aberta
crava no útero jarro,
-a pujança da vida –
o tom uniforme
da alma /mãe plantada
Não morre o viço,
-o fluxo de sangue –
jorrando das entranhas
na pele que habita
o sagrado feminino
E reluz em resistência
na tez marcada a socos
pelo braço da misoginia
O viço não morre
na pele das mulheres
quando encandeia
na luz do tempo,
aceso em rugas ,
ardendo como quiser ,
nas chamas da valentia
E continua exuberante
nos moldes
da raiz/Maria
O viço não morre
quando a língua lambe
matizando o papel
e a palavra/cor
vira poesia
Por RILNETE SOARES
Pindaré Mirim – Maranhão, Brasil