Efluem geleiras de dor
No corpo de meu rio-morto.
Dos olhos represas de lágrimas,
Presas rimas de desespero.
É que o poeta hoje estar tão triste!
E o poema
Cravou no peito.
Quanta dor!
Será que não viste?
Reparem quantas
Palavras líquidas
Escorrem
No trajeto da vida.
Como tempestade
Molham silenciosamente,
Ventos no ventre
Desagarrados
Por dentro.
Á frente da
Chuva de turbilhões
Eu-lírico começa
A viver
Enquanto morre no ser.
Contra os para-doxos
Prossegue a lutar,
E aos redemoinhos
Vai confrontar.
Até das profundezas
As linhas
Em ondas vão dissolver,
Tantas ilusões!
Será real?
Será sonho?
Eis a aflita questão,
Num espírito antagônico.
Por ARELY SOARES
Caxias – MA, BRASIL