Luz,
imensa luz,
logo depois do anoitecer,
talvez para não desdenhar do sol,
surgiu de repente desfazendo o jantar à mesa,
iluminou meu mundo, me transformou vida, sonhos,
desde aquele dia é brilho permanente dizendo do amor,
me esmaga inteiramente quando some deixando escuridão,
me doura quando volta e restaura minha alma lanhada de solidão,
cada momento ausente eterniza os poucos da sua presença havida,
cada momento presente eterniza os muitos de ausência vindoura,
sei que vagarosamente a vida vivida aproxima a última partida,
aos meus olhos cansados parece esvaecer a luz intensa,
enfim irei embora deixando amena a amada luz,
não mais verei resplandecente sua linda cor,
estarei fora do alcance de seu esplendor,
em sonhos talvez eu apareça,
n’alguma luz,
Louise.
Por VALTERLUCIO CAMPELO
Rio Branco – Acre, Brasil
