O poeta morreu, deixou-se levar seu último suspiro.
Tragou a ponta do cigarro que queima seu dedo e foi,
Desapareceu nas entrelinhas, nas folhas amarelas jogadas ao lixo.
Está frio como o café passado pela manhã.
Ele se escafundiu nos quinto dos inferno…é o que dizem seus vizinhos,
Deixou a porta aberta, seu relógio na cabeceira e a jaqueta jeans no chão.
Abriu a janela do 8º andar, encarou a multidão e jogou-se
Na mais profunda reflexão, sua vida é a divina comédia humana.
Afogou-se na solidão viciante, whisky e pedras de gelo.
O único som que se ouve é a TV do 82 que nunca desliga,
E a vida, que injustiça desperdiça-la com uma morte clichê,
Cair da escada, ser atropelado ou morrer de infarto.
Deixou as chaves do carro e foi a pé.
Dizem que voltou a sua cidade natal, outros que viajou a trabalho.
Mas no fim, ele apenas deixou suas palavras em um pedaço
De folha e foi dormir.
Por EDUARDO GALATA
Diadema, SP, Brasil