Vontade de escrever
Vontade de falar
Da poesia que se lê
Da poesia do mar
Da poesia das palavras
Juntadas
Ou separadas
De todas as marcas
Presentes
Ou desgarradas
Da poesia das cores
Da poesia das flores
Da poesia do amor
Da poesia dos laços
Da poesia dos abraços
Da poesia do calor
Das entrelinhas dos escritos
Das costuras do escritor
Que desde antes dos papiros
Combinavam palavras com vigor
Jogo de palavras
Com ou sem metáforas
Jogo que conduz
O olhar bem atento
Do poeta com talento
Que sempre produz
Produz composição em versos
De forma harmoniosa
De forma formosa
De certa forma com certa luz
Mas não somente ao poeta
Mas a todos que acertam
Na fome de leitura
Quando a palavra se faz concreta
E as coisas se consertam
Com uma dose de ternura
Poesia por poesia
Que seja
Mas sem deixar de ser poesia
Palavra por palavra
Que seja
Mas que seja com alegria
Vontade de escrever
Vontade de falar
Da poesia que há na poesia
Simplesmente poesia
Que não aceita se calar
Diante da ‘despoesia’
Que o mundo insiste em ficar
Poesia por poesia
Que seja
Mas sem deixar de ser poesia
Por LUANA DA SILVA
Sete Lagoas – Minas Gerais, Brasil