Um dia este
corpo se esvai
pairando sobre o solo
o algor mortis
do calor da vida.
E a língua
o tempo bonifica
na visão incorpórea.
Da tinta que tinge-me o punho
e os duros ossos do oficio ,
derramarei sobre os tímpanos
de algum mundo ,
para me ouvir in memoriam .
Eu só queria do húmus ácido ,
a fertilidade da voz poética ,
revoando em algum canto,
num grito eterno,
ou a vaga impressão
de ter ficado.
Por RILNETE MELO
Pindaré Mirim – Maranhão, Brasil