Sob o véu dos amores líquidos,
Construo pontes frágeis e incertas,
Entre almas que se cruzam, deslizam,
Em busca de conexões abertas.
Com laços tênues de emoção,
Trânsito sobre águas fugidias,
Navegando na fluidez da paixão,
Em busca de ilhas de harmonia.
As pontes, trêmulas e delicadas,
Simbolizam os encontros efêmeros,
Unem corações em jornadas apressadas,
Em terras de amores voláteis e ligeiros.
Os pilares da incerteza erguidos,
Sustentam sonhos de instantes breves,
Em meio às águas turvas, decididos,
A construir caminhos enquanto se escreve.
E nas palavras que fluem como rios,
Em versos que ecoam na eternidade,
Encontro refúgio em amores vazios,
Pontes que se desfazem na realidade.
Pois é na fragilidade que reside a força,
Na volatilidade que habita a poesia,
Nas pontes que se desmancham, reforço,
A busca incessante pela utopia.
Então, construo pontes de palavras,
Sob amores líquidos e fugazes,
Em busca de almas a se encontrar,
Nas margens desse rio de frágeis laços.
E que, mesmo que se desfaçam,
As pontes jamais sejam em vão,
Pois é no efêmero que o amor se enlaça,
E na poesia que reside a salvação.
Por TAMY SIMÕES
São Paulo – São Paulo, Brasil
