No meu silêncio
procuro o poema
que sucumbiu junto
com os estilhaços de vidros
das janelas despedaçadas
cortando minhas palavras,
e tirando a estrofe de cena.
Do que escrevi
no verso,
para a glória da
pacificação,
o vandalismo em reverso
vira a página primeiro
e de violência borra a rima
do meu museu de
inspiração,
naquele oito de janeiro .
E a arte grita
no peito agonizante ,
pedindo passagem
para a poesia,
feito a dor da tela
“Di Cavalcante”
rasgada pelas mãos
da maldade
atentando
contra a poesia.
No meio da violência
procuro o poema,
que sonha com o fim
da discórdia,
numa
vontade extrema.
Por RILNETE MELO
Pindaré Mirim – Maranhão, Brasil