Na vida “adulta”, passada a aurora,
as portas do pós-punk arreganham.
Suas canções, à minh’alma estranham,
como volta o que nunca foi embora.
Fingem simpatia, melindrosos,
mas esperam mais do que posso dar.
E a minha insipidez, como explicar
aos caprichos cerimoniosos?
Irmã minha, de alcoólatra vai.
E à minha cútis, lâmina vem.
A dor é nosso adotivo pai.
É minh’alma pertencente ao bem?
“Não vos turbeis, vós do mundo sois sais.”
Em cínica voz: “falai vós de quem”?
Por ALINE MENDEZ
Osasco – São Paulo, Brasil