Nesta terra
pé de terra
venta o vento
pelos campos.
Barco a vela
sai aos mares
vai aos trancos
e barrancos.
Venta o vento
e nele leva
a poeira desta vida.
Cai na vista
areia seca
fere os olhos
lava a chuva.
Acalma o solo
e o coração
que espera aflito
a um pedido.
Que venha leve
doce setembro
traga palavras
ao peito mudo.
Que já não fala,
que já não chora,
que já não fica
nem vai embora.
Só aprendeu
a esperar
o eco surdo
livre no ar
A boca cala
para ouvir,
a minha voz
perde-se ali.
Vão se horas
que eu não vi,
não ouvi,
e não vivi
Vem setembro
traga no vento,
o eu de viver o sim de amar.
Abram-se as flores,
demasiadas cores,
orvalho nas mãos
e para dentro dos olhos
o brilho aceso
ao sol de um olhar.
Por LUCIANA FERNANDES
Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.