Travei os ponteiros, pausei meu relógio e dei corda na vida…
Quem sabe ela acorda mais obstinada…
Quiçá, atrevida…
E pega a estrada feito retirante
que mira distante a linha de chegada,
porém sempre está pronta para uma nova partida…
Verifiquei parafusos, lubrifiquei engrenagens…
De braços difusos dispensei hospedagens…
Aventuras, passeios…
Não sou mais a turista tomada de anseios…
Calcei as sandálias macias e aladas,
sempre preparadas para proteger os meus pés,
contra os espinhos da sorte, ou outro revés.
Pois hoje eu bem sei quão longa é a odisseia
em novos caminhos e estranha a plateia…
Enchi o meu cantil de fé e esperança,
vou feito criança de mente pueril…
Nunca desiste e tampouco se cansa,
nem teme a ilusão – do mal o ardil.
Num meu bloco de notas, em meu peito guardado,
à mão eu escrevo.
Com tinta escarlate se acho que devo…
Em meu testamento, de só um desejo,
aproveitei o ensejo e tracei fantasias…
Já que em meu tinteiro tem sangue corrente,
embora em minha mente dite a emoção
Pois o meu coração, poeta verdadeiro,
outrora e agora só faz poesias…
Por ADRIANA RIBEIRO
Arauá – Sergipe, Brasil