POETAS E POETISAS – Verbo da morte por Raís de Carvalho

POETAS E POETISAS – Verbo da morte por Raís de Carvalho

Miúdo da minha mãe
O mundo que me deste nada nele enxergo
Se não carros e cavalheiros da morte.

Fumegando o céu com saudades dos meus
Ritmos de lágrimas e paragens
Cardíacos de mal-entendidos

A guerra que enfrento são esses emblemas
Perto da morte e asteróides ridículos
De vivencias e martírios
De escavações diplomáticas
E os meus primos que comem
A lixo o sabor sabe a nada
Existente minha mãe a Lunda é minha mãe uma escrava.

E o mundo que enviou-me
Atormenta-me de nada para apreciar.

Os dias na mentira que são escudos
E manada de cães
Sorrindo a cascavéis
Mariscos de brilhantes
Que maquinaria
De saudades a minha
Ilusão E tão negra
Como os doadores
E miniaturas terrestres
Bebendo o sorriso
Da minha loucura e os meus
Olhos miúdos vão
Pendendo um questionamento
De vida e uma que nunca obtive
Nas lamas do meu mundo.

Por RAÍS DE CARVALHO

Lunda Sul , Angola

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