Miúdo da minha mãe
O mundo que me deste nada nele enxergo
Se não carros e cavalheiros da morte.
Fumegando o céu com saudades dos meus
Ritmos de lágrimas e paragens
Cardíacos de mal-entendidos
A guerra que enfrento são esses emblemas
Perto da morte e asteróides ridículos
De vivencias e martírios
De escavações diplomáticas
E os meus primos que comem
A lixo o sabor sabe a nada
Existente minha mãe a Lunda é minha mãe uma escrava.
E o mundo que enviou-me
Atormenta-me de nada para apreciar.
Os dias na mentira que são escudos
E manada de cães
Sorrindo a cascavéis
Mariscos de brilhantes
Que maquinaria
De saudades a minha
Ilusão E tão negra
Como os doadores
E miniaturas terrestres
Bebendo o sorriso
Da minha loucura e os meus
Olhos miúdos vão
Pendendo um questionamento
De vida e uma que nunca obtive
Nas lamas do meu mundo.
Por RAÍS DE CARVALHO
Lunda Sul , Angola