Aí, que saudades de mim
Do tempo onde o pão era feito
no forno a lenha e a roupa
alvejada nas pedras do riacho….
Ai, que saudades de mim
Quando, na memória do sangue,
as meninas tinham nomes
com cheiro de flor, Rosinha
prima da Margarida era
melhor amiga da Açucena….
Ai que saudade de mim
Nas manhãs derretidas c
Cheiravam aroma de felicidade
saída das chaminés apaixonadas
pelo alvorecer cor de maio…
Ai, que saudades de mim
Num tempo em que
só se sabia que passava
quando as laranjas maduras
doces ficavam e
as bolachas de melado
por várias mãozinhas eram pintadas….
Ai, que saudades de mim
Com desalinhados cabelos de linho,
no entardecer, a bailar com o coração
em ritmo sincopado
braços dados com a vida….
Ai que saudades
Que tinha
daquela menina
que passeou hoje aqui …..
Por Eclair Dittrich
Mafra, Santa Catarina – Brasil