Motivos
Ah! Cecília,
Dizias, tu, conformada,
Que não era alegre e nem triste,
Que decerto, tão perto,
Era poeta.
E era, como era!
E apesar do tempo,
De era em era,
Tuas marcas ficaram,
Tão certas.
Mulher de muitas facetas,
Brilhava em todo canto,
E teu canto destemido,
Mudou muitas vidas,
Transformou infâncias.
Na lida dos versos,
Das escolas, dos jornais,
Exerceu tantos papéis,
E não podia, ao revés,
Encontrar-se inócua.
Ah! Cecília,
Dizias, tu, conformada,
Que um dia estaria muda, mais nada,
E que nada, tua voz ainda ecoa,
Perpétua, na eternidade.
Cecília Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901 e faleceu em 9 de novembro de 1964. Em vida, foi poetisa, professora, jornalista e pintora. Estreou na literatura ainda bem jovem, com 18 anos, lançando o livro “Espectros”, e foi a primeira voz feminina de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas, muitas traduzidas para outros idiomas e reconhecidas internacionalmente. Ganhou prêmios como “Prêmio de poesia Olavo Bilac”, “Prêmio Jabuti” e “Prêmio Machado de Assis”. Na área educacional, Cecília teve destaque não somente em sala de aula, estendendo seu trabalho ao jornalismo, numa luta pela melhora educacional. Certamente, foi uma mulher de grande expressão mundial, e suas obras são um legado perpétuo para toda a sociedade.
Por CAROLINE ROCHA