PROSA – Confissões de um ultrarromântico por Douglas Gomes

PROSA – Confissões de um ultrarromântico por Douglas Gomes

Amada Hilda,

Tentei – e muito – não voltar aqui. Porém, como de praxe, ainda preciso dizer-te coisas inacabadas. Por isso, reescrevo-te apoiado na esperança de que estas palavras de súplica viajarão ao teu quarto. Drasticamente, já não tenho mais lido como antes, ou falado tanto, ou cantado, saído, dormido e, tampouco, sonhado. Tenho sobrevivido desse jeito, então: imerso em tantos e tantos particípios.

Outra vez, devo dizer-te que remorsos – em meu interior – me culpam e descarregam imensuráveis pesos em meus ombros e consciência. Além disso, tenho contado incessantemente – nos dedos – sílabas tristes. “Sau-da-de”.

Dito isso, rogo muito por sonhado retorno de tua parte. Ao menos desta vez…

Esperançosamente,

Um rosto e um nome, dos quais tu nem deves mais te lembrar.

Por DOUGLAS GOMES

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