Quando o assunto é elegância, é costumeiro supor que roupas, calçados e acessórios de grife são itens necessários para compor um look digno. Até mesmo o dicionário apontará algo similar e isso deixa a desejar, afinal, acaba suprimindo demasiado o vaato significado.
Quando adjetivamos indivíduos, chamando-os de elegantes, mensuramos o que são apontando características simplórias e óbvias. Por que não observar o comportamento? A maneira com a qual as pessoas lidam com as adversidades do cotidiano pode ser considerada elegante. A espontaneidade no caminhar, gesticular, sorrir e falar, também. Elegância não é, especificamente, sinônimo de riqueza.
O jogo de cintura de uma dona de casa desempregada que é mãe solo de cinco filhos, é muito elegante! Irradia um glamour indescritível da sua força de vontade para alimentar várias bocas e não ficar louca com tanta pressão sob as costas já cansadas, fruto de uma infância sofrida, precária. Revirou os olhos com a minha descrição? Pois bem, vê-se claramente que jamais teve de enfrentar o destino-cão, sendo assim, manifesta falta de educação! Que deselegante, não?!
Luxar enquanto terceiros trabalham duro o tempo inteiro para sustentar o seu devaneio… é grotesco! Elegância não é futilidade. Ser elegante é ser genuíno, é vestir-se de um belo sorriso e tratar com amabilidade a todos, e não somente os teus amigos. Todos os predicados são melhor representados quando acompanhados de um ser humano bem-edificado.
Por JEANE TERTULIANO