Desde que comecei o meu processo de cura, me sinto mais forte, tranquila e pronta para os novos desafios. Às vezes choro, porque a tristeza ainda bate na minha porta e eu a deixo entrar, mas sua estadia agora é breve, não me demoro nas conversas e não quero longas horas de sofrimento e apatia. Agora escolho a luz e abro as janelas do peito, deixo a claridade invadir o meu quarto e fechar os meus olhos.
Já posso sorrir, pois aprendi que a dor não é eterna e que não tenho que vivê-la o tempo inteiro. Às vezes dói, às vezes enfraqueço. Mas me deito e deixo os sentimentos fluírem, foi o que minha psicóloga me disse: não reprima o sentir. E agora olho minhas cicatrizes com outros olhos e passo meus dedos delicadamente por elas, sorrindo por ter passado por todas essas batalhas e sabendo que sobrevivi. É uma nova era e eu escolho a paz, escolho ser feliz.
Por CACÁ MATOS
