PROSA POÉTICA – Lua em áries por Mari Ventura

PROSA POÉTICA – Lua em áries por Mari Ventura

 Corpo versejando saltando ideias quentes, bruxa solta faiscante, com coração a lenha. Mente em revoada atenta aos barulhos do tempo, terra viva, águas ferventes, profundas e caudolentas. Ar rarefeito, ainda em forma de orvalho molhando os olhos da madrugada.

 Corpo abrigo de centelha, fogo a deslanchar timidamente em cinzas de poesia. O mundo? Está encravado nas costelas das Evas, mas mesmo assim elas batem martelos, cortam pedras, esculpem os céus, correm maratonas de medos e ainda vencem os mortais com seu feitiço. Sim, as Evas são imortais, estão além do tempo do mundo. São continuidades dos corações inconclusos, das espadas que perfuram seus corpos, fazem luzes. Depois de descamar seus corpos, ficam leves e voam, são pétalas de nuvem, dançam suas luas e deixam marcas de sangue e segredos, e não há verso que caiba seus movimentos. Salve as Evas, sua magia e seu sagrado temp[l]o! Eis o tempo Delas!

Por MARI VENTURA

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