Paula Souza
Artista, Poeta e Ativista
ENTREVISTA:
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REVISTA THE BARD: Qual é o seu nome e o que te motivou a começar na prosa poética?
PAULA SOUZA: Paula Souza enfrentou dificuldades para ler e escrever na infância, sendo excluída de atividades como a leitura de redações na escola. No entanto, uma professora de reforço acreditou em seu potencial e a incentivou a ler e escrever simultaneamente para se expressar melhor, dizendo que ela poderia até se tornar escritora. Essas palavras a inspiraram, transformando sua trajetória e levando-a ao sucesso como escritora.
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REVISTA THE BARD: O que te fascina na prosa poética?
PAULA SOUZA: Sempre fui fascinada por observar as pessoas, por tentar entender seus comportamentos, suas dores e desejos, como se quisesse entrar em suas cabeças e traduzir o que sentem. A prosa poética me dá essa liberdade: ela me permite narrar o que vejo, mas com poesia, com emoção. É como dar vida aos olhares que o mundo ignora.
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REVISTA THE BARD: Quais temas presentes na sua prosa poética te definem como escritora?
PAULA SOUZA: Acredito que os temas que escrevo falam tanto de mim quanto daquilo que observo nos outros. Relacionamentos, superação, romance… Esses são os pilares da minha escrita. Gosto de trazer a vida cotidiana para os textos, porque nela encontramos a essência do que é ser humano. Minhas palavras sempre carregam um pouco de sensibilidade, como um convite ao leitor para redescobrir a vida.
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REVISTA THE BARD: Há um autor ou obra que moldou sua escrita nesse gênero?
PAULA SOUZA: Sim, Clarice Lispector tem uma conexão especial comigo. Suas obras Um Sopro de Vida e O Lustre me tomaram a alma de uma maneira que é até difícil explicar. Sinto que, ao ler Clarice, não apenas compreendo o que ela quer dizer, mas também mergulho em um universo em comum com ela. Essas leituras moldaram profundamente minha forma de escrever e de sentir.
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REVISTA THE BARD: Como você combina o lirismo com a narrativa na prosa poética?
PAULA SOUZA: Para mim, o lirismo e a narrativa se encontram como partes de uma mesma melodia. Cada palavra que escrevo tem ritmo, som e carrega uma história. Quero que o leitor não apenas leia, mas sinta o texto, mergulhe nas emoções que coloco. É como conduzi-lo por um caminho onde a beleza das palavras e a força da história caminham juntas.
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REVISTA THE BARD: Que sensações ou reflexões você deseja despertar no leitor?
PAULA SOUZA: Quero que o leitor lembre que, mesmo na dor, há algo vivo em nós. A dor nos conecta ao que é mais verdadeiro e pode inspirar renovação e esperança. A vida é feita de recomeços, e cada um é uma chance de contar uma nova história.
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REVISTA THE BARD: Você acredita que a prosa poética é um gênero subestimado? Por quê?
PAULA SOUZA: Sim, acredito que a prosa poética é subestimada porque ela foge das regras, e isso a torna difícil de categorizar. Mas, para mim, é exatamente aí que está sua força. Ela dá liberdade para transmitir sentimentos de um jeito que outras formas de escrita não conseguem. Gosto dela porque me permite ser quem sou, porque me dá espaço para tocar os outros com versos que carregam histórias.
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REVISTA THE BARD: Como funciona o seu processo criativo ao escrever prosa poética?
PAULA SOUZA: Meu processo criativo nasce das minhas emoções mais intensas. Quando estou melancólica ou sinto que o mundo à minha volta não está fluindo, recorro à escrita. Em vez de olhar para os copos vazios, prefiro tocar o líquido que há dentro deles, porque acredito que a transformação vem de dentro para fora. Escrever, para mim, é um jeito de colocar as emoções para fora e transformá-las em algo que pode tocar o outro.
Por JEANE TERTULIANO