Caminhei, caminhei até a beira da praia.
Ali sentada na borda do barco vi e sentir: vi a gula humana pintando de arco-íris os monstros de colarinhos incolores, numa tentativa desesperada de dissuadir o sumidouro do sistema, antes que ele trague a embarcação.
As embarcações de variados tamanhos, de grande a pequena significância.
O sistema necessita de alguém para sair para o mar?
O Sistema necessita de muitos para colocar o barco para andar e logo que desce no curso da água… Os outros se tornam desnecessários. Os peixes pequenos desaparecem, surgem laranja, engolem gorjetas nas sarjetas.
Impulsionar o barco já crivado, desgastado, desacreditado é remar contra a maré; é assumir atestado de mau marinheiro, de náufrago sem hipóteses de salvação. É remar sem remo, é nadar em águas rasas e se afogar.
Por quê?
Oras tu conheces tão bem o caminho, as águas, o curso, a calmaria e ainda pergunta onde é o abismo? Como deve conduzir e não se deixar apascentar? Quando irás honrar teu conhecimento?
Nada novo até aqui e nem depois de lá. Muitos novos indo ali, pegando o remo e indecisos que barco tomar.
Conduzir o barco na consciência é olhar os barcos que trafegam do teu lado, é assumir compromisso com quem te ensinou a nadar. Vamos pensar?
Por BETÂNIA PEREIRA