Em um quarto silencioso, onde as sombras dançam ao ritmo das velas tremeluzentes, a poeta se encontra imersa na essência solitária que é sua companheira mais constante. Seus pensamentos fluem como um rio incessante, navegando pelas águas turvas da introspecção.
Às vezes, a solidão se assemelha a um manto pesado, envolvendo-a em seu abraço frio, sufocando-a com a ausência de vozes e presenças. No entanto, é nesse silêncio profundo que suas palavras ganham vida, dançando livremente nas linhas de seus versos.
Ela observa o mundo através da janela da alma, absorvendo cada nuance, cada suspiro, cada raio de luz que penetra nas brechas da escuridão. Seus olhos são testemunhas de histórias não contadas, de emoções não expressas, de sonhos não realizados.
Nesse isolamento, as palavras se tornam sua única companhia, tecendo um intricado tapete de significados e sentimentos. Cada verso é um eco de sua alma, uma tentativa de capturar a essência fugidia da existência humana.
Às vezes, ela se perde nos labirintos de sua própria mente, navegando por caminhos tortuosos e sombrios. Contudo, mesmo nas profundezas desse retiro, há uma centelha de esperança, uma crença inabalável no poder transformador da arte.
Sem titubear, a poeta persiste, navegando pelos mares turbulentos da vida, guiada pela luz tênue de sua própria inspiração. Pois nessa eterna jornada entre a luz e a escuridão, sua alma encontra uma verdadeira morada.
Por JEANE TERTULIANO