PROSA POÉTICA – Quando Deixei de Ligar por Jaíris Cecília

PROSA POÉTICA – Quando Deixei de Ligar por Jaíris Cecília

Quem liga de fato? Suas palavras ainda ecoam pelos cômodos, infiltram-se nas frestas das portas, sussurram no silêncio. Mas quem, de verdade, se importa com o que está sendo dito? Quem se preocupa com o tom, com o peso das sílabas caindo sobre mim como lâminas?

Quem, de fato, liga para a sua visão sobre mim? Para suas impressões moldadas em expectativas que não pedi? Desde quando meu destino precisa caber na palma da sua mão? Desde quando minha obrigação é agradar o seu desejo amargo de validação?

Não quero que se alimente das minhas conquistas como se fossem suas, não quero que se aproprie do que construí sozinha. O que deseja afinal?

A única coisa que quero é paz. Não um grito de liberdade absoluta, mas o simples direito de respirar sem que o ar seja medido. Quero escolhas pequenas, passos conscientes, um dia depois do outro, sem a necessidade de conquistar o mundo, apenas os detalhes que fazem a vida valer a pena.

Então, quem liga? Quem realmente liga para o que você diz, se tudo o que quero é existir sem ter que caber nos moldes do seu querer?

Por JAÍRIS CECÍLIA

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