De tanto querer, não quis mais. Desejei e depois perdi o interesse. Não sei quando partir ou ficar. Não sei o que esperar, o que cogitar ou decidir. De tanto querer, perdi a noção do tempo, do sentimento. Não sabia como me sentir, o que dizer, como corresponder.
Guardei em mim meus segredos, meus anseios, meus medos. Não queria mais me decepcionar com expectativas, com declarações, com indagações ou especulações.
O querer às vezes se dissolve depois do alcance do objeto desejado. E perde o brilho. E perde o encanto, o interesse. Não quero sentir nada por ninguém, quero um sentimento além, algo genuíno e verídico. Algo que eu possa me apaixonar de novo e me jogar de cabeça.
Já me afoguei na tristeza e tive ressaca de clareza. Não vou me embriagar de incertezas e ansiedade. Quero viver o presente e ter algo na mente pra me concentrar, sem que o pânico do mundo moderno me esmague e me faça enlouquecer. Corro contra o relógio pra ter tempo de ter algo pra me orgulhar. Não sei se vou ser feliz se conquistar o que todos esperam de mim. E no fim, ninguém sabe ou pergunta se a gente é feliz, se estamos bem, saudáveis, mas querem nos colocar numa fórmula de conquistar bens e metas de família e trabalho em certa idade da vida, não quero nada disso. Quero a paz de uma vida que faça sentido pra mim, é assim que me vejo e é isso que busco, pleno e digno futuro.
Por CACÁ MATOS