Sempre ouvi algumas histórias sobre os bebés. Desta vez, uma prima minha teve um e viu-se em apuros, porque o menino só chorava e não suportava os alimentos. Temiam pela sua vida. Numa conversa de família, descobri que o pai do bebé cantarolava para ele quando estava na barriga da minha prima.
E eis que eu tive de intervir! Aqui e agora, intervir:
– Vocês têm de voltar a cantar-lhe.
– Oh, mas ele já não está na barriga.
– Não está, primo, mas o bebé senti com certeza a falta da música. Estava habituado e, de repente, deixou de ouvir. Acredita, volta a cantar-lhe!
E o quanto antes…
– eu disse-lhe e ele desatou a correr para a porta esbaforido. Sabemos todos o que ia dentro do seu coração e da sua cabeça.
Só pensava no bebé e, acredito piamente, que começava a perder esperanças.
Por alguns dias, tive conhecimento directo que a cada dia, o meu primo corria até ao hospital para cantar. O engraçado de tudo isto é que as próprias enfermeiras da maternidade começaram a gravá-lo e o bebé, como eu esperava que acontecesse, começou a aceitar melhor o alimento e deixou de chorar tanto.
Foi preciso uma semana, para o bebé atingir as capacidades necessárias para se manter sem ter de estar ligado a máquinas e para, finalmente, poder conhecer a sua casinha nos braços dos papás. Assisti a tudo isto. Ofereceram um jantar todo fofinho, para festejarmos todos juntos..
Por BEATRIZ F. SANTOS