Francy Nando MAPAPA é pseudónimo de Francisco Fernando Luís Joaquim, um poeta e cronista. Nasceu e reside na Província de Gaza, Moçambique. Despertou o gosto pela leitura na adolescência e a necessidade de escrever textos literários na fase adulta
Tem textos publicados na antologia “Entre Sombras e Lágrimas”, da Editora CLit, no ano 2024 e na revista Internacional The Bord.É membro do movimento literário Clube do Livro de Gaza (CLG), em Moçambique. Colaborador da Comunidade Literária Efémera Sintonia e da Editora FenixArte, ambas do Brasil. É graduado em Psicologia Educacional pela Universidade Pedagógica (UP-QUELIMANE, Moçambique). Actualmente, exerce as funções de docência.
PORTUGUÊS
PÉS DESCALÇOS
Há pés descalços na marcha
De punhos erguidos,
comungam tristezas e sonhos pendurados á meia haste [talvez há meio século]
Embalam dísticos e sopros que jogam ao alto [e nada mais]
Não há piedade
O garante da segurança, usa projetis reais
Balas que perfuram fundo a carne e osso
A alma zanza
A dor acena a última morada
Chora o manifestante
O oxigénio se escasseia
No leito da morte, o punho se eleva [ninguém pára]
O silêncio se instala
Tombam famílias nesse cenário
Definham-se sonhos das crianças,
eternos pés descalços
Que fazer, há quem pensa que somos hóspedes na pérola do Índico.
DIALETO XONA
TSOKA DZAKASHAMA
Kune tsoka dzakashama mukufamba
Nezvibhakera zvakasimudzwa,
vanogovana kusuruvara uye zviroto zvakarembera pahafu yepasi [zvichida kwehafu yezana ramakore]
Ivo vanotakura vaviri uye kurova kwavanoridza pamusoro [uye hapana chimwezve]
Hakuna tsitsi
Iyo yekuchengetedza guarantor inoshandisa chaiyo projectiles
Mabara anobaya zvakadzika munyama nemapfupa
Mweya unodzungaira
Marwadzo anokwezva pekugara pekupedzisira
Muratidziri anochema
Okisijeni ishoma
Pamubhedha werufu, chibhakera chinosimudzwa [hapana anomira]
Kunyarara kunobva kwapinda
Mhuri dzinowira mumamiriro ezvinhu aya
Zviroto zvevana zvinopera,
tsoka dzisingaperi dzisina chinhu
Zvekuita, kune vanofunga kuti tiri vaenzi muparera reIndian Ocean.
Por FRANCY NANDO MAPAPA