SEMEANDO A ESCRITA – Colheitas da Colunista – Um diálogo com o alter-ego

Imagem criada por Lilian Barbosa a partir de IA (Bing Image Creator of Microsoft)

Sente-se aqui! Que tal tomarmos um cafezinho? Ah, você não toma café? Sem problemas! Podemos pedir um achocolatado… Quem sabe um chá? Ou um suco? Isso! Um suco! Garçom, por favor, traga uma jarra de suco de laranja sem açúcar, com gelo à parte! Não sei você, mas eu prefiro pedir assim, porque senão vem muito gelo e pouco suco!

Onde paramos? Ah, sim! Eu estava te contando sobre os rumos que a minha vida tomou após aprender que sou eu por eu mesmo, né? Pois bem! Um dia me peguei chorando copiosamente, angustiado, precisando de um ombro amigo. E eu encontrei dois! Estavam comigo o tempo todo! Eu mesmo me consolei e me reergui, acredita?

Não que eu seja autossuficiente… Não é isso! Bom… talvez até seja um pouco, às vezes… Mas, um ponto positivo nisso tudo: eu descobri que sou capaz de me reerguer sem esperar pelo outros. Que o meu estado de espírito depende, exclusivamente, de mim! Não devo vinculá-lo ao que outras pessoas possam causar.

Sim, não foi fácil descobrir isso! Tive que lutar contra vários monstros que criei; tive que batalhar comigo mesmo! A mudança precisou ser de dentro para fora. Mas, enfim, eu me permiti mudar! E estou bem agora, de verdade! Despi aquela carga pesada que carregava sobre as costas e desfiz o semblante cansado.

Se é um amadurecimento? Pode-se dizer que sim. Amadureci para o mundo, para a vida, para o meu convívio comigo mesmo! E estou em paz com isso!

Aprendi a enxergar as minhas qualidades; aquelas mesmas que me levavam a tapar os olhos e colar defeitos por não aceitar que também era capaz de acertar. Mas eu sou capaz de acertar. E acerto muito! Hoje eu vejo.

Parei de me preocupar com o que pensam de mim. Preocupo-me com a minha própria consciência. Engraçado começar a falar esse lance de “consciência”… Parece até que estou com um grilo falante aqui no meu ombro me dando conselhos.

Só sei que desde que comecei a pensar com a minha própria cabeça, sem me preocupar em agradar aos outros, tornei-me mais forte e autêntico. Uma deliciosa sensação de liberdade por saber que sou livre para pensar e que minhas virtudes não precisam ser condicionadas ao que os outros pensam de mim.

Observei que alguns passaram a enxergar minhas qualidades depois que eu as assumi como qualidades. Descobri que eu bloqueava o que eu tinha de melhor por não aceitar que eu poderia ser bom em algo. Sempre me coloquei como uma pessoa abaixo do patamar do razoável, e era isso que as pessoas enxergavam, porque era isso que eu demonstrava. Consegue entender?

Hoje consigo me sentar aqui e tomar um suco tranquilamente, com a certeza de que ser eu mesmo foi a melhor escolha que já fiz em muito tempo! Finalmente estou vivendo, não apenas existindo. E estou gostando muito deste meu “eu”.

Garçom, traga a conta, por gentileza!

Bom… Agora preciso ir. Preciso seguir o caminho que tracei para mim. A caminhada é longa, porém, gratificante! Preciso ir adiante! Ultimamente, tenho acordado com uma imensa vontade de viver, de desfrutar da liberdade que minha mente agora tem, de poder caminhar sem os antolhos que antes usava, podendo alterar o meu caminho como e quando eu quiser. Vai depender de como eu enxergar o horizonte e de como desenharei novas paisagens. A escolha é sempre minha, e é isso que importa!