Arnaldo Júlio Barbosa, nascido em 07/11/1918 em Pedro Avelino/RN, é repentista, cordelista, autor, compositor e intérprete. Foi casado com Francisca Dalva de Araújo, tendo 14 filhos e, até o momento, 48 netos, 85 bisnetos e 20 tataranetos. Lançou, aos 105 anos, o livro: “A Jovem Margarida e as Proezas do Amor”, obra originalmente manuscrita em 1947 em forma de cordel, com 143 estrofes em sextilhas e versos metrificados em redondilha maior. Reside em Brasília-DF desde 1959 e se orgulha por ter participado da construção da cidade.
A Frota de Cabral
O Brasil é um país
Que nasceu sendo cristão
Foi permitida por Deus Aquela navegação
Pedro Álvares Cabral
Cumprindo sua missão
Foi a frota de Cabral
Que seguiu em direção
Com rumo direto às Índias
Fazendo observação
Frei Henrique de Coimbra
Rezando sua oração
Com mais outros companheiros
Vinham bem acompanhados
Franciscanos e sacerdotes
No topo do mastro sentados
Avistaram sinal de terra
Ficaram mais animados
Flutuava a cruz de Cristo
Com tudo bem preparado
A bandeira portuguesa
Também pelo outro lado
Tudo ia dando certo
Como foi premeditado
Uma sólida relação
Com o povo do Oriente
Esta esquadra sem dúvida
Era a mais conveniente
Muito bem organizada
Pelo grande contingente
Mil e quinhentas pessoas
O total da tripulação
Homens experientes
Em qualquer navegação
Como Bartolomeu Dias
Com boa orientação
Tinha Nicolau Coelho
Gaspar de Lemos também
Além de padres e soldados
Como todos sabem bem
E Pedro Álvares Cabral
Com todo valor que tem
Descoberto o caminho
Não teria mais tristeza
Vasco da Gama mostrou
Sua grande gentileza
Em concordar com a corte
Pois tinha toda certeza
Depois voltando a Lisboa
Rei Dom Manuel resolveu
Enviar de novo às Índias
Pois assim aconteceu
Uma poderosa esquadra
Que se estabeleceu
09 de março de 1500
Foi um dia especial
Pois foi a primeira vinda
De Pedro Álvares Cabral
Para descobrir o Brasil
Pois era o seu ideal
Cabral partiu de Lisboa
Com destino à cidade
De Calicute nas Índias
Pois tinha necessidade
Afastar-se da costa africana
Seria a sua vontade
Rumo ao sentido sudoeste
No dia 21 de abril
Na terça feira Cabral
Viu o céu da cor de anil
No mesmo dia Cabral
Descobriu o litoral do Brasil
Ali o primeiro altar
Foi armado a céu aberto
Frei Henrique de Coimbra
Demonstrou fazendo um gesto
Rezando a primeira missa
Num momento muito certo
A partir dali o Brasil
Ficou à disposição
Do comando de Portugal
Já por uma obrigação
De sempre ficar sujeito
À lei daquela nação
E assim continuou
Tudo ficou planejado
Sob o domínio de Portugal
O Brasil era obrigado
A cumprir à lei dessa nação
Pois assim foi assinado
Imagem por Pixabay
Nota: Para se enquadrar às regras do edital do Concurso Literário da União das Freguesias de Faro “Elviro da Rocha Gomes” de 2023, o Sr. Arnaldo enviou uma versão resumida e adaptada dessa poesia, intitulada “A chegada dos portugueses ao Brasil“, a qual foi classificada em 4° lugar na categoria Poesia com o Prêmio do Presidente.
Por LILIAN BARBOSA