O vate fabula, altera o sentido?
Será que reprime e nega a rotina?
Presumo que busca o sol que ilumina
e a força que eleva um anjo caído…
Eu sei que jamais será reprimido,
pois sonha acordado — a verve o domina.
Pressente no peito a chama divina,
a fonte do amor que atrai o cupido.
Ó, Deus, o poeta implora, murmura…
num verso de dor, procura a alegria
que tinha em outrora, aquela ternura!
No pingo da chuva enxerga poesia
e, assim, o lirismo o envolve e perdura…
Imerso em paixão, jamais silencia!
Por Janete Sales Dany
São Paulo-SP