É isso, sala vazia, coração parado.
A chama arde, mas a alma quer ser fria,
Antes fiel à promessa de alegria
Que Prometeu prometia de bom grado.
Tantas facetas, nenhuma de agrado,
Sendo tesoura ou ouro, outro ser injuria;
Dos monstros fez-se um de minha autoria
Que qual fogo deseja ser amado.
Quero pular no rio que não é rio,
Quero é mergulhar no mar inteiro,
Nele, levar no peito um raio ligeiro.
Quero ser o abissal e a maresia,
Quero é um soneto modernista
Qual do triste faz-se bela poesia.
Por JULIA PRETO
São José do Rio Preto – SP, BRASIL