Senti o seu chamado, em tom austero,
deixando-me sequer alternativa.
Aviso que jamais me desespero
(driblar o dissabor me torna ativa)!
Cedendo aos seus caprichos, o que quero
é ter, neste epitáfio, em cor bem viva,
a frase: “Fez da vida seu bolero,
dançando sempre audaz, persuasiva…”
Ó morte, nem você desfaz meu laço —
romper a fria lápide ameaço,
contando com sementes que plantei…
Em vida, arrematei um grande trunfo:
Amei, amei… por isso, aqui, triunfo —
naqueles que me amaram viverei!
Por ELVIRA DRUMMOND
Fortaleza/CE