Um Só Amante

Um Só Amante

Dos seus lábios, ávido
No seu seio, desnorteio
E nesse fugaz entremeio
O corpo treme, impávido

Hilda Hilst é sentida ao léu
Na voragem que nos domina
No solar desejo que culmina
Nas persianas beijando o céu

De paixão, sejamos insaciáveis
Néctar que supre todos os sonhos
Doce bom que nos deixa risonhos
Um só amante e indissociáveis

Até que as palavras se desinibam
E solfejem grandiosas sinfonias
E nenhum interdito lhes proíbam
De verter e subverter polifonias

Até que as palavras se desinibam
Desnudas por retinas esbraseantes
E nenhum interdito lhes proíbam
De cair junto a lençóis titubeantes

O adensar dos fluidos suntuosos
Parecendo crisântemos rutilantes
Vertigem nas luzes estonteantes
Abrilhantando palácios formosos

De paixão, sejamos insaciáveis
Um só amante e indissociáveis

Neste reino, não perdemos a majestade:
Um só amante, de visceral cumplicidade

Por PIETRO COSTA
Brasília – DF, BRASIL

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