VAI UM LIVRO AÍ? – O jogo da amarelinha

VAI UM LIVRO AÍ? – O jogo da amarelinha

LIVRO: O JOGO DA AMARELINHA

AUTOR: JULIO CORTÁZAR

 

“O Jogo da Amarelinha”, obra emblemática de Julio Cortázar, publicada originalmente em 1963, constitui um marco na literatura experimental latino-americana. Cortázar, nascido em Bruxelas em 1914, mas criado na Argentina, desdobra neste romance uma rica narrativa que desafia as convenções literárias, explorando a fragmentação da experiência humana mediante uma estrutura inovadora.

O romance se entrelaça ao redor de Horácio Oliveira, um intelectual argentino em Paris, e suas interações com Maga, sua enigmática companheira uruguaia. A narrativa se desdobra em três partes distintas, com a primeira e terceiras seções apresentando um estilo não linear, enquanto a segunda é mais convencional e situada em Buenos Aires. Esta configuração permite ao leitor escolher entre seguir uma sequência predefinida ou navegar pelos capítulos em uma ordem alternativa, criando uma experiência de leitura única e pessoal.

O uso de diferentes estilos e estruturas reflete a busca de Cortázar por novas formas de expressão e seu interesse em temas como a realidade, a linguagem e o amor. Sua prosa é enriquecida com imagens surrealistas e metáforas poéticas que estimulam a reflexão sobre a liberdade individual, o absurdo da existência e a alienação.

Cortázar, cuja carreira evoluiu do surrealismo à narrativa experimental, foi também um influente tradutor e professor, e suas obras dialogam frequentemente com questões políticas e sociais, mantendo-se ativo nos círculos literários e políticos até sua morte em 1984, em Paris.

“O Jogo da Amarelinha” não apenas rompe com as fronteiras entre realidade e ficção, mas convida o leitor a uma jornada mediante um labirinto de possibilidades narrativas, onde cada escolha de caminho revela novas dimensões sobre a condição humana. Com esta obra, Cortázar deixou um legado, influenciando gerações de escritores e leitores fascinados por sua audácia criativa e profundidade filosófica.

Por LUIZ PRIMATI 

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