PARTE 1
O dia amanheceu abafado, apesar do céu estar carregado de nuvens negras. Victória sentia alguma coisa estranha, mas não sabia explicar o que era. Após passar mais uma noite remexendo na cama de um lado para o outro, hoje passou também a manhã. Foi então, completamente desanimada que decidiu entrar em seu perfil num aplicativo de relacionamentos, esquecido há algum tempo.
Ela é uma mulher bonita, pele clara e bronzeada de sol, marcada com algumas tatuagens, que a faz se sentir muito sexy. Os cabelos castanhos, estão num corte estilo Chanel na altura do queixo. Os olhos também são castanhos, só que tão escuros, quanto um abismo olhado de cima. Aos 40 anos, Victória está em sua melhor fase; tanto mental e corporal, quanto sexual.
Depois de deslizar por vários perfis que sequer causaram um piscar de olhos, respirou profundamente, pousando o celular na mesinha de cabeceira e entediada levantou para tomar um banho.
Apesar de não estar fazendo sol, o calor estava beirando o insuportável. Deveria ser por volta das 10:00 da manhã, quando Victória selecionou “Vício de Amor” de Delacruz em sua playlist e colocou o chuveiro no frio. A água gelada escorria, como lava em sua pele. Levantava a cabeça, deixando que seu rosto fosse inundando, numa vã tentativa de resfria-lo. Após alguns minutos, despejou o shampoo nas mãos e começou a lavar os cabelos. Massageava o couro cabeludo com a delicadeza de um cafuné, que gostaria de estar recebendo naquele momento. Por dois segundos, parou e suspirou, enxaguando os fios e aplicando o condicionador.
Depois de passar sabonete líquido em todo o corpo, sentou no chão e abraçando as pernas, ficou pensativa. O corpo dela queimava, sentindo falta de alguém dentro dela, de dedos curiosos, cutucando partes escondidas, de ter sensações que só outra pessoa poderia causar. Decidiu levantar e sair dali. Mal se secou, enrolou a toalha na cabeça e vestiu um vestido de algodão, soltinho e nada mais.
PARTE 2
Preparou uma taça de gin e se dirigiu para o quarto. Após se ajeitar na king size, pegou o celular e voltou a abrir o aplicativo. Cinco minutos depois, seu olhar parou em uma foto. Não costuma passar as fotos para o lado, mas desta vez ela queria mais e mais daquele homem. Não havia nenhuma descrição em sua biografia e ela, que não ligava para perfis assim, se viu presa naquele olhar e naquele sorriso.
Assim, deslizou para direita e só então percebeu que segurava a respiração. Deu um longo gole no gin, desejando que alguma mensagem chegasse. Não sabe quanto tempo levou para que a notificação fizesse seu celular (e corpo) vibrar, mas pareceu uma eternidade. Era um simples “Boa tarde”, mas que fez Victória sorrir, pois lembrou que isso não era muito comum no aplicativo.
Sempre discreta, não fornecia seu número tão fácil, mas com Dherik foi diferente. Não sabe dizer quando e como aconteceu, mas a conversa fluiu de tal forma que, de repente, notou que já estavam conversando pelo whatsapp.
Era até engraçado como tudo estava indo. Falavam sobre várias coisas, riam, insinuavam, mas nenhum dos dois ultrapassava aquela linha. Mas ambos sentiam que não haveria como escapar.
PARTE 3
Dherik é um homem muito bonito. Pele clara, olhos verdes. Apesar de ter apenas 36 anos, seus cabelos são grisalhos e bem curtos. Tem 1,80 de altura, doze centímetros a mais que Victória, e um corpo que podemos classificar como normal.
Pela conversa que mantinham, é um homem bastante educado e que com jeitinho consegue o que quer.
O dia foi passando e a conversa parecia não querer findar. Várias vezes Dherik dizia que se pudesse sairia naquele instante do trabalho para poder encontrar Victória. Ela fingia demência, mas estava gostando daquele flerte, até que no meio da conversa, ele disse, “- Manda a localização, vou aí te ver agora!” Victória sentiu um frio percorrer sua espinha e sua face esquentar. Ela não podia, não naquele momento, e pensando bem, não sabia dizer se poderia em outro.
Era final de tarde quando Victória recebeu a notificação de uma mensagem de Dherik. “- Vamos jantar! Me deixa te ver hoje, por favor!” Ela pensou em dizer não, afinal estavam conversando há apenas algumas horas, mas o que escreveu foi um sim e daqueles bem empolgado.
Ela tremia ao ler o que acabara de enviar. Era quase possível ver o sorriso dele do outro lado do celular. E assim combinaram que ele a pegaria em casa entre 20:30 / 21:00 horas.
PARTE 4
Victória não tem um histórico muito bom se tratando de encontros, então ocupou a mente entre livros e filmes, para não criar expectativas que só a magoariam mais tarde.
Continuaram conversando até que as 20:00 horas ele mandou uma mensagem. “ – Em casa!” Victória deduziu várias coisas, mas preferiu perguntar. “ – O que isso significa?” Prendeu o fôlego até ele responder “ – Que já já irei te encontrar!” E assim ela sorriu aliviada.
Victória tomou o quarto banho do dia, passou hidratante em todo o corpo, vestiu um short, uma camiseta e calçou um tênis. Apenas realçou os olhos com lápis e rímel, passou um pouco de base e blush e esperou que Dherik chegasse.
Eram 21:23 horas quando ele chegou. Victória abriu o portão e viu ele descer do carro. Dherik usava uma camisa de algodão verde, uma bermuda de moletom cinza e sandálias. Ambos vestidos de acordo com o calor infernal que fazia em plena noite de quarta-feira.
Indo em sua direção, ele a abraçou e disse “ – Olá, boa noite! Sou Dherik, é um prazer! “ – Olá, o prazer é meu, sou Victória!” Ambos sorriram e se dirigiram para o carro. Dherik abriu a porta do carro e ajudou Victória a entrar.
Decidiram jantar em um lugar simples e aconchegante. Victória bebeu um gin, enquanto Dherik pediu uma cerveja. Conversaram por mais de uma hora. Comeram entre muitos beijos, carinhos nas mão e olhares intensos. Era inegável, a química que tinham pelas mensagens, se confirmou pessoalmente.
Parecia que se conheciam há séculos. Ele pagou a conta e mais uma vez abriu a porta do carro. Lá dentro os beijos se transformaram em amassos. Dherik estava tão excitado que seu membro pulsava sob a bermuda e Victória tentava controlar a respiração, enquanto sentia tudo escorrendo entre as coxas.
PARTE 5
Ele se afastou e olhando em seus olhos perguntou “ – Vamos?” Por alguns instantes, aquela bendita dúvida passou pela cabeça de Victória. Quer saber? Foda-se, ela pensou. Mais uma vez ele perguntou, “ – Quer mesmo fazer isso?” Victória só balançou a cabeça afirmando e então se dirigiram para o motel.
A suíte número 50, era grande e cheia de espelhos. Victória tirou o tênis e subiu na enorme cama no centro do quarto. Dherik agia como um jaguar, lentamente caminhando para cima da sua presa. Ficaram de amassos ainda vestidos e o tesão dominava o ambiente. A luz estava acesa apenas o suficiente para ambos verem tudo em volta. Victória deitada de costas, abriu as pernas para acomodar Dherik entre elas. Os beijos foram se intensificando e ela tirou a camisa dele, para logo em seguida ele ajoelhar e tirar o short dela, revelando uma calcinha de renda azul anil.
Tudo parecia em câmera lenta. As bocas sugavam as línguas, misturando as salivas. Os toques pareciam querer deixar marcas tal qual quando afundamos as mãos numa massa lisa. A cada peça da roupa dele que Victória tirava, Dherik tirava uma peça dela. Ele ia contornando cada parte daquele corpo com dedos, língua, boca. Tirou a camiseta e contornou os ombros e pescoço. Tirou o short e contornou os joelhos, coxas e barriga. Desabotoou o sutiã e antes que ele fosse para o chão, foi contornado pela língua úmida e macia. A calcinha a mesma coisa.
Victória não conseguia respirar, não queria que aquilo terminasse tão cedo. Dherik sabia e sentia tudo que estava causando nela. E, apenas continuava indo, cada vez mais devagar. Ambos sabiam que assim que ele entrasse nela, gozariam e queriam prolongar.
Dherik desceu escancarando as pernas de Victória e afastando aqueles lábios, (que ela sabia que estariam arroxeados de tão excitada que estava) sugou. Pouco antes seus olhos se encontraram e logo depois ela só sentia a língua dele dançando em sua entrada encharcada. Ela se contorcia feito uma serpente, ele bebia cada gota de fluído que escapava. Ela tremia e rebolava naquela boca que a jogava cada vez mais, no meio do fogo.
PARTE 6
Victória não pensava em nada, a não ser em sentir Dherik pulsando em sua boca.
Conseguiu virar e montar nele. Beijou aqueles lábios macios e foi passando a língua pela orelha, pescoço e peito. Mordiscou levemente o mamilo e percebeu que ele gostou. Repetiu do outro lado e continuou descendo. Encontrou o membro babando, inchado e cheio de veias; salivou e abocanhou com ânsia.
A língua rodopiou na glande e desceu por toda aquela extensão deliciosa. Era do tamanho exato para ela. Era rosado e convidativo. Desceu mais um pouco e chupou tudo enquanto a mão massageava aquela ereção. Enlouquecido, Dherik tentava em vão prender os cabelos de Victória para olhar o que ela fazia.
“ – Puta que pariu, que homem!” Sussurrava Victória. Enquanto Dherik gemia, “ – Que mulher é essa! Me enlouquece!! E então, quando ambos não mais aguentavam ele colocou a camisinha e começou a perturbar de outra forma.
De repente ele arqueou, ela se escancarou e então ele entrou nela devagar. Tão devagar, que ambos sentiam tudo queimar. Entrelaçavam os dedos, beijavam, sorriam, ficavam sérios. As pupilas dele estavam tão dilatadas que os olhos pareciam castanhos e não verdes.
Victória sentou nele com vontade, rebolando e quicando, não aguentava mais, precisava gozar, mas estava tão gostoso.
O ar condicionado parecia não funcionar. Victória estava no limite quando sussurrou “ – Me faz gozar… Agora… “ E assim Dherik fez, metia com vontade, saía e metia dois, três dedos. Ela fechava as pernas, ele metia ainda mais fundo e, então, ela gozou. Um gozo daqueles de molhar a cama. Ali, naquele momento, Dherik não aguentou mais se controlar; colocou Victória de quatro e entrou com tudo. Com força. Com pressa. Com fome. Com urgência. Ele gemia tão gostoso que ela não aguentou e gozou de novo, dessa vez, junto com ele que desabou em cima dela logo depois, beijando sua nuca.
FINAL
Ficaram uns 10 minutos ali parados, apenas relaxando. Eram dois estranhos despidos não só de roupa, mas de corpo e alma. De repente Dherik a olhou e disse “ – Me deixa acostumar com seu calor.” Victória sem entender, perguntou sobre como seria aquilo. Ele a encarou sério “ – Teremos que repetir isso muitas vezes!” Ela sorrindo, apenas disse “ – Adorei a ideia!”
Ainda tiveram tempo para outra “rodada” de um sexo delicioso. Repleto de beijos, bocas, línguas, dedos e gemidos. Foi uma entrega intensa e voraz.
Eles apenas tentavam respirar enquanto Dherik cobria Victória com um lençol, abraços e beijos após gozarem mais uma vez. Eram quase duas da madrugada quando começaram a se arrumar para irem embora. Dherik faria uma viagem a trabalho e Victória tinha uma reunião logo cedo. Saíram abraçados até no carro. Ao entrarem ficaram parados, olhando um para o outro em silêncio.
Fizeram o caminho para casa de Victoria, com as mãos entrelaçadas, carícias e beijos carregados de intimidade e incertezas.
Ele a deixou na porta de casa, com um beijo urgente e um abraço daqueles que envolve todo o corpo. Antes de virar, Dherik ainda beijou a testa de Victoria levemente e então entrou no carro sorrindo e olhando até que ela sumisse no portão.
Victória tinha um sorriso nos lábios quando leu a mensagem de Dherik avisando que havia chegado em casa e que já estava com saudades.
Ela não tinha nenhum arrependimento e nenhum peso na consciência. Vestiu a camisola de seda branca e relaxada, deitou plena e ciente de que tudo isso pode ter sido, apenas o fim de uma noite completamente inusitada, ou quem sabe, o início de uma vida cheia de tesão.
Por Sophie F.