Na matéria anterior falamos um pouco sobre o empurrão inicial para a escrita, o ponto de partida que muitas vezes precisamos para tomar coragem. Utilizei como exemplo os fatos que me levaram a me tornar uma autora nacional e que não me deixam parar de produzir cada vez mais histórias para meus leitores. Nesta edição iremos um pouco mais a fundo nessa jornada e falarei sobre a Inspiração. De onde buscar ideias e mais ideias inovadoras, diferentes de tudo que você já viu ou leu? Venha comigo desbravar esse campo surpreendente.

Inspiração

Esta é, provavelmente, a palavra que mais causa discussão nas rodas de conversa com escritores. Alguns têm medo, outros estão super confortáveis, mas de qualquer maneira é um tema que causa um rebuliço.

Em uma sociedade em que a inspiração é quase que um quesito obrigatório para se chegar ao sucesso, sempre escuto várias teorias de como conseguir.

Na verdade não existe apenas um caminho, receita, ou doutrina para se alcançar a inspiração. Como autora e usuária dessa fonte, posso me atrever a dizer que os caminhos são vastos e que cada um deve encontrar o seu. Mas essa é uma resposta muito vaga e pode até causar certa indignação, então vou destrinchar para ficar melhor.

A cereja do Bolo

A cereja do bolo é algo simples para começar a utilizar da inspiração em longos goles e sem restrições.

Você tem que viver!

Como assim eu tenho que viver?

Quer dizer que se eu nunca experimentar algo nunca poderei escrever sobre aquilo? Calma, não é bem assim.

Viver está relacionado a experimentar e para se experimentar algo você pode beber de várias fontes. Sim você pode viver uma experiência e ser expert em falar e escrever sobre ela, da mesma forma que você pode viver uma experiência e se traumatizar de tal maneira que não consiga mais falar sobre ela.

Então podemos dizer que viver é preciso para escrever, experimentar os fatos da vida podem nos nortear a ter inspiração com credibilidade para criar, mas existem maneiras seguras de experimentar, testar, compreender vivências e assim colecionar momentos para ser utilizado nas criações de histórias, mundos e personagens.

Imagem de Freepic.diller por Freepik

Uma das formas que mais gosto de explorar esses momentos de vida é exatamente observar. Eu faço muito isso e faz toda a diferença quando sento para escrever.

O ato de observar e ouvir atentamente o que se passa ao seu redor, aguça sua percepção permitindo que você acabe prevendo os próximos passos. Não estou falando de premonição, mas estou falando que quando você observa situações parecidas, os desfechos acabam sendo previsíveis.

Para exemplificar faço a pergunta: Vocês já assistiram filmes de terror? Sabe aqueles filmes que a protagonista está fugindo de algum monstro e quando ela escuta um barulho estranho, ao invés de sair correndo ela resolve ir ver que barulho estranho foi aquele e o resultado é que o monstro pula em cima da protagonista. Bem previsível não é?

É exatamente disso que estou falando, observar a vida ao seu redor, vai te dando base para prever situações e pensar fazer totalmente o contrário, saindo na monotonia e surpreendendo com soluções que seu público leitor não esperava.

Aí está o pulo do gato.

Vamos para algumas dicas para auxiliar nesse processo de vivenciar algo alheio:

Vá passear em locais que você nunca foi, pode ser um café, parque, pastelaria, vá a feira de verduras e frutas ou de adoção de animais. O intuito é ir, observar as pessoas, anotar no caderninho algumas falas que achar interessante, interagir com as pessoas ouvindo suas opiniões e conselhos;

Imagem de Gary Barnes por Pexels

Não vá de carro, ande de ônibus, trem, metrô ou ande a pé. Perceba o que tem ao seu redor, os locais e quem passa por ali;

Escute a conversa dos outros, é isso mesmo, escutar a conversa dos outros, perceber como é o tom da fala, velocidade, trejeitos e sotaques irá te dar repertório;

Imagem de DC Studio por Freepik

Estude, faça cursos rápidos, presenciais de coisas diferentes, para conhecer outras maneiras de se fazer algo;

Todas essas dicas estão interligadas a sua percepção de mundo, para que você possa filtrar o que se passa ao seu redor e nutrir seu repertório para escrever histórias fantásticas.

Para auxiliar mais ainda em suas experimentações indico a leitura do livro A Construção do Personagem de Constantin Stanislavski.

Esse foi um dos primeiros livros que me descortinam as janelas para a inspiração para a escrita.

A venda do livro está na Amazon.

E aí? Gostaram?

Às vezes conhecer novos caminhos para nos inspirar pode dar aquela motivação inicial que você autor nacional precisa para iniciar sua jornada pela escrita.

Na próxima edição vamos continuar a falar dessa jornada e dos processos criativos na vida do autor nacional.

Aguardo vocês na nossa próxima edição!