Matéria 12
A vida das autoras e autores, nem sempre são um mar de rosas. Frequentemente nós autores nos deparamos com situações problemas, dilemas, indagações, dúvidas e questionamentos sobre nossa profissão. Muitas vezes esse questionamento vem de dentro da gente. Num rompante. Quebrando barreiras e nos mostrando diferentes caminhos a se seguir. E é por esses caminhos que seguirei com vocês nesse ano de 2023. Vou conversar com vocês exatamente sobre as dúvidas que surgem ao se decidir se tornar um autor. Embarque nessa proposta mais que tentadora e venham comigo desvendar os desafios da vida de autor.
Meu sonho é escrever um livro.
Esse sonho lindo e singelo permeia milhares, ou talvez milhões de mentes nesse exato momento. Ele se torna um projeto de vida. Pode nascer por sugestão de amigos ou parentes. Uma ideia que surge muitas vezes pela percepção que o mundo tem de você. E outras vezes surge pela sua própria percepção do mundo que te cerca. Meu sonho é escrever um livro. Para muitos algo inalcançável, para outros só mais um pequeno desafio na grande jornada chamada vida. Para mim era algo que nunca tinha imaginado fazer, até uma amiga me questionar: Lilian, porque você não escreve um livro? E assim a sementinha nasceu. E a resposta a essa pergunta, me lembro até hoje, veio tão natural que até me assustou. Verdade, porque não? Vou escrever um livro. E dessa maneira eu me lancei ao mundo das publicações.
Na época que comecei a rascunhar minhas primeiras ideias, lançar um livro por uma editora era algo utópico. Um investimento que estava fora da minha realidade. Mas como escrever era uma coisa e publicar era outra, resolvi focar no que era possível no momento: escrever.
Conversei com amigos, falei com autores, trocamos experiências, fiz cursos e percebi que estava bem preparada para esse novo desafio, pois eu era formada em teatro, escrevia e dirigia peças. De peças teatrais para romances era um pulo. Estava com a faca e o queijo na mão. Só faltava o chute inicial.
Arregacei as mangas e comecei o projeto. Anotei em um caderno, que me acompanha até hoje, diversas ideias. Peguei a que mais me parecia promissora e comecei a desenvolver a ideia, o mundo, a premissa, os personagens e suas histórias de vida, a escaleta e os ganchos. E depois disso fiquei mergulhada em pesquisas e laboratórios de personagem. Isso não levou um mês. Com essas etapas realizadas comecei a escrever. Eu não sabia qual era meu tipo de escrita para um romance chick lit, mas sabia que o humor que habitava em mim precisava ganhar asas através da escrita e pelos estudos que tinha realizado o chick lit era um bom caminho.
E assim escrevi. E a escrita fluiu de uma maneira que eu não esperava. Eu escrevia da mesma forma como devorava a leitura de um livro. De dois a três capítulos por dia. Colocava uma trilha sonora bacana para me inspirar a escrever e não parava enquanto a ideia daquele capítulo estivesse bem desenvolvida.
Era uma diversão para mim. Brincar com os personagens, manipular tramas, imaginar como seria a cena. E ainda é uma diversão para mim. Mas… como tudo tem um mas. Ao finalizar a história é que ela realmente nasce. É ao finalizar a história que nós podemos enviar ela para os leitores beta e para a leitura crítica.
É aí que a coisa fica interessante.
As opiniões começam a chegar. Os questionamentos sobre os comportamentos de cada personagem, sobre a trama, sobre a trilha sonora que aparece no livro às vezes, sobre o lugar, a ambientação. Tudo, praticamente tudo da sua história é posto a prova. Para mim é a continuação da minha diversão como escritora, pois é desse modo que posso ver com outros olhos a história que surgiu apenas em minha mente. Mas essa etapa pode ser muito ruim e dolorosa, depende do quanto você está apegado à história ou aos personagens. Então… não se apegue a nada e esteja aberto a tudo.
Avalie, analise, cada ponto e descubra caminhos mais instigantes para sua história ganhar força e conquistar todas as pessoas que passarem por ela.
Nessa rotina de receber as críticas dos leitores beta e da leitura crítica, minha história ganhou 17 versões diferentes. É isso mesmo. Eu reescrevi minha história 17 vezes. E isso é pouco, poderia ter reescrito muito mais. Mas na 17 versão da história todas as lacunas estavam preenchidas e a trama parecia muito satisfatória. Eu estava satisfeita, meus leitores beta estavam satisfeitos e minha leitora crítica estava satisfeita. Perfeito! Meu primeiro romance estava pronto para ser publicado.
Mas… publicado por quem? E assim nasceu o próximo enlace para ser solucionado nessa grande trama da escrita de um livro.
Nos encontramos na próxima matéria onde iremos continuar a conversar sobre o sonho de escrever um livro e os desafios na vida de autor. Aguardo vocês na nossa próxima edição!
Curiosidades pelo caminho
Cursos que fiz para começar na carreira de escritora nacional:
- Curso de atriz/ator – Escola Piratininga – SP
- Vivendo de Inventar (https://www.vivendodeinventar.com.br/?r_done=1)
- Carreira literária (https://carreiraliteraria.com.br/c-e-c-5-0/)
- Da ideia à publicação com Mag Brusarosco (https://magbrusarosco.com.br/formacao-ideia-publicacao/).
Por LILIAN STOCCO