Por entre pontes, praças, casarios,
sobrados decadentes, sente a vida
brotando no compasso da batida
da brisa quando beija imensos rios.
Dos sinos centenários e arredios
da catedral soberba, envelhecida,
no ventre de uma noite mal dormida,
repicam seus primeiros desvarios.
Ao lado de fantasmas surreais,
cirandas, serenatas, carnavais,
esse poeta nasce e se aventura
a rabiscar em versos a cidade
dos bondes que trafegam na saudade
desse Recife, berço da cultura.
Por ADILSON COSTA
São Lourenço da Mata / PE