POETAS E POETISAS Devir por André Ferreira

POETAS E POETISAS Devir por André Ferreira

Alvorecendo o dia, percebo a vida diferente…
Vou até a janela, descortinada com o ventejar.
O rebolar das flores se despindo do usual, a notar.
Flores murcham, animais morrem, igual a gente…

O som dos pássaros, o balançar das árvores…
Olhando pra fora, percebi o clarão de um recomeço.
Tudo parecia numa conspiração só, um rebuliço.
Vida desprovida, despertei-me destes horrores…

Em nada o existir, tudo num habilita-desabilita.
Não há garantias, nem estabilidade, tudo passa.
Ineficaz é o existir, um sopro de vida que irrita.

Abraça pra sorrir, aperta pra doer, magoa pra sofrer.
Que gosto tem uma lágrima? Antes era congelada?
Agora pode chorar, a lágrima não é nada! E’ viver.

Por ANDRÉ FERREIRA
São Paulo – São Paulo, Brasil

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