Em mim tem habitado um descontentamento. Algo que não cessa, algo que fica; que é constante, que se faz presente, que em mim habita.
Não consigo ver beleza mais nas pequenas coisas. A menina poética e sonhadora que um dia fui, deu lugar a uma mulher amarga, atormentada, triste e sem sonhos, sem planos.
Talvez porque estes sempre foram frustrados, menosprezados, engavetados, dilacerados por outros, e pela rejeição que habita em mim e por mim.
Pergunto-me: o que será de mim? Em outros tempos me imaginei em cenários radiantes, e feliz, plena. Hoje tenho medo da minha própria imaginação obscura.
Por GISLAINE SANTOS