“Trompas do sol, borés do mar, tubas da mata”…
Trazei convosco os sons conatos da floresta…
Porque na grande ocara ensaiam rara festa
E a chama, na fogueira, exige uma sonata.
Tapuia, apaixonado, o nó do amor desata.
A lua, no horizonte, a tênue luz empresta…
Vencer o concorrente, em luta, só lhe resta,
E, assim, por tradição, o litigante mata.
A carne do valente, agora desmembrada,
Em nobre cerimônia acaba devorada
Num ritual, timbira, o seu moral eleva.
Fazei soar, também, avenas e taquaras…
Em ritmo de extinção suplicam as araras
“Entre o pudor da tarde e a tentação da treva”.
Por JOSÉ RODRIGUES FILHO