“Tome cuidado!”, alguém sussurrou. “Não se misture muito; pode acabar se dando mal. Ele pode ser perigoso.”
Temi pelos burburios daquela conversa. “Será que tem algum foragido na região? Será que essa área é perigosa?”
“Guarda tudo rapidinho. Tanto trabalho que dá para comprar, e então perder assim.”
Comecei imediatamente a arrumar minhas coisas. Pus o celular na mochila e escondi bem a carteira. “Ora! Não quero ser a próxima vítima.”
“Não fica encarando. Ele pode cismar contigo. Vai logo, aperta o passo e disfarça; ele está bem atrás de nós.”
Olhei para os lados e não vi ninguém além de mim ali. Então me dei conta. “Meu Deus! Por ser negro, o perigo era eu.”
Por T. ASSIS