RECITA-ME – Penumbra por Paulo Henrique

RECITA-ME – Penumbra por Paulo Henrique

PENUMBRA

 

As ruas estão molhadas

Mais uma lágrima se afoga na poça d’água.

Esta é mais uma daquelas cartas intermináveis, não sei se a décima sétima, ou décima

oitava, já me perdi nos décimos, milésimos e horas e segundos. Eu estou perdido em um

mundo cujos dias são todos iguais. A saudade de você é uma tarde de domingo que não

adormece. O lado escuro e eclipsado é uma confirmação de que o inverno tem sido caótico

e infernal, o outro lado se chama ausência. Ausência de mim, daqueles que sou, daqueles

que fui depois de você.

O caos deita e dorme do meu lado, o vento descasca o choro, a lágrima corta feito navalha,

a saudade é estreita e gélida.

Esse vazio fragmentando que você emaranhou no meu peito, despede-se de um

amanhecer estéril.

[Penumbra]

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Por SIGNO DE LUA

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