O amor não tem cor nem odor, mas ele colore a vida daqueles que o aspiram. Nós somos diminutos frente a imensidão do universo e nem por isso padecemos ao regresso quando nos prostramos e pedimos perdão pelos atos funestos plantados no pretérito. Ser humano, é ser errante, mas, acima de tudo, ser humano é compreender que ser tolerante nos faz ascender e, consequentemente, florescer afeto; efeito concreto daquele que a(mar) se põe a meditar e acolher a diferença de outrem por empatia, por ser família sem partilha de laços sanguíneos.
O amor não tem cor nem odor, no entanto, transborda arco-íris no pranto dos que a lamuriar ignoram o canto que desabrocha juntamente ao aroma da manhã fremente de esperança, lirismo e bonança de um futuro sem tanta dor, preconceito e desamor.
O livre pensar tal como o livre querer são direitos de todo e qualquer ser. No amor, não cabe amarras. Já não fomos muito feridos pelas garras dos opressores malignos desde os primórdios da nossa existência? Enquanto determinados indivíduos não se fartarem de viver das vãs aparências, muitos de nós estarão impossibilitados de seguir adiante com o fluxo hediondo de críticas alvejando as nossas cabeças.
O amor não tem cor nem odor, então, chega de tanto dissabor minando o terreno fértil daqueles que anseiam apenas por viver sem dobrar a esquina e sentir pavor ao avistar mais um cidadão de bem autoproclamado detentor da verdade. Parece absurdo, mas é a realidade.
Por Jeane Tertuliano